O Progresso
Pierre Leroy
Ele vinha
com um jeito pós-moderno
Muito veloz,
astuto e avançado
Esvaziava
o conteúdo do moderno
E o anoitecer
ficava ensolarado
A
necessidade que aparecia todo dia
A
novidade cotidianamente urgia
A semente
que não crescia
A
esperança que morria
O eterno
presente era o presente eterno
Agora ele
vivia no mundo pós-moderno
O fim da
história redescoberto
Uma nova
inovação do pensamento moderno
A vilania
que se repetia no dia-a-dia
O
presente como má companhia
O novo e
o velho juntos realmente
O novo e
o velho separados idealmente
A verdade
que se escondia
A
humanidade dominada pela covardia
A
tristeza jogada para debaixo do tapete
A única
voz era a de muitos em falsete
O
moderno, o progresso, o pós-moderno
Nunca
mais eu vi um gesto terno
O vil
metal se declarou eterno
O interno
foi assassinado pelo externo
O externo
foi confundido com o interno
Ele dá o
grito: sou progressista!
E eu
reflito: sou hedonista?
E eu insisto:
sou masoquista?
Eu então
interdito: não sou nada disto!
Resolvo o
conflito: sou marxista!
Revista Poeticus, Ano 04, numero 07, jan./jun. 2017